Eles têm futuro?

Os hatches médios no Brasil têm futuro?
Há no mercado brasileiro, algumas divisões bem claras: um mercado de entrada, com carros compactos básicos e baratos, Mille, Palio mais simples, Celta, Gol, Ka. Outro mercado de compactos mais sofisticados, como Corsa, Fox, 206, Clio, Palio novo, Fiesta. Na teoria, acima desses, deveriam vir os hatches médios, Golf, Astra, Focus, Stilo e o argentino 307.
O problema nesse mercado é um só: preço. Esses hatches são caros, bem caros. Um Golf "básico" hoje custa a bagatela de 53 mil reais. Um Stilo tá na faixa de 50 mil, um 307 novo, 60 mil. Tá certo que esses carros são caros porque têm tudo: não se imagina hoje um carro desses sem ar condicionado ou trio elétrico. Tá certo que igualmente são carros de status, embora hatches, transmitem luxo aliado a esportividade. Mas voltemos ao preço: se vc paga 53 mil num Golf, vc pode pagar 55 mil num Corolla "básico". E por um bocadinho a mais, uns 60 mil num Vectra novo. Ou num Civic novo. Ou num Megane sedan novo.....
Pronto: esse é o motivo 1 porque os hatches médios vem caindo ano a ano em suas vendas. Com preços elevados, seguros estratosféricos ( são carros de jovens solteiros endinheirados) e forte concorrência dos novos sedans, eles perdem espaço. Embora um jovem solteiro bem abonado prefira um hatch a um sedan, de perfil mais familiar, nada o impede de comprar um belo Corolla do que um Golf, ambos impressionam as meninas do mesmo jeito....E os casadões, ainda que sem filhos, vão acabar recaindo mesmo é nos sedans.
Por isso ocorre no Brasil um fenômeno curioso: o mercado de sedans recebe um monte de modelos novos e investimentos, desde os mais básicos Focus e Astra sedan, passando pelo "pelotão dos 60 mil", Vectra, Civic, Corolla, Megane, Bora, Fusion, 307 sedan, C4 sedan.
Os hatches ficam mesmo é no quarteto : Astra, Golf, Focus, Stilo e correndo por fora, o 307.
Como vendem pouco, não recebem investimentos, piorando o círculo vicioso: ficam 'velhos" aos olhos do consumidor, que não paga quase 60 mil num carro com 5 anos de projeto.
Há uma exceção nessa regra: o Astra. Ele vende bem, tem mercado certo. E qual seu segredo? Simples: preço básico de 46 mil reais, bem longe dos quase 55 mil de um Golf. E o Astra vem com quase tudo que o Golf tem.
Por isso, no Brasil não há a luta agressiva entre Astra e Golf que existe na Europa. Por aqui, o modelo da GM reina sozinho como o único hatch médio de mercado definido, pois é mais caro que os compactos, mas bem maior que eles, porém não "invade" o espaço do seu mercado superior, o dos sedans médios. Enquanto a GM mantiver essa política de preços, o Astra vai ser o carro ideal de quem tem um pouquinho a mais de grana pra gastar num carro, mas não tanta assim para sonhar com um Vectra. E só o Astra mesmo.

En pleine croissance!

Esse título em francês eu li no site do Le Figaro Automobile, quando da análise do novo 207. Pois bem, agora chegou quem faltava, o NOVO CORSA europeu.
E as fotos e as info. não deixam dúvidas: TODO o mercado de carros "compactos" europeus está "em pleno crescimento". E não quero dizer em vendas, mas em tamanho mesmo.

O Corsa agora tem 4 metros de comprimento, mais de 2 em largura. O mesmo que o nosso Astra....O mesmo aliás ocorreu com o 207, praticamente um 307 um bocadinho menor. E o que dizer do novo Clio ou do novo Punto da Fiat, ambos "compactos" com 4 metros e tralalá de comprimento?
Quando se compara o corsa antigo, aquele ovinho, com o novo modelo, o atual brasileiro, já se vê que ele cresceu. Agora, o NOVO CORSA europeu é ainda maior. Mais espaço interno, mais entre-eixos, mais tecnologia eletrônica embarcada. O mercado dos "compactos" europeus está mais próximo dos médios em tamanho e sofisticação. Corsa e Astra europeus são quase irmãos...gêmeos.
E no Brasil ?
Fica complicado, pra não dizer impossível, trazer esses carros pra cá. O preço seria inviável. Por aqui, os antigos compactos europeus sobrevivem como carros de entrada, vide o Celta, simplificação do primeiro Corsa. Já o Corsa atual, junto com 206, Fox, Fiesta e Clio pertencem a uma geração maior, mais espaçosa, mas que está sendo substituída na Europa por modelos mais parrudos ainda. No nosso caso, fica evidente que os compactos atuais irão sobreviver longo tempo por aqui, com toda certeza remodelados localmente. Só a Fiat tem uma estratégia diferente: jogar o Palio atual como carro de entrada, criar um Palio remodelado para ser mais competitivo no mercado desses compactos e trazer o Punto novo pra cá.....mas não se engane, na fatia de mercado do Stilo.
Como se vê.....compactos "en pleine croissance" nós veremos só na Europa, mas não em nossas garagens.












4 metros de comprimento: "compacto" bem crescidinho.













ele perdeu as lanternas verticais pra ficar igual ao Astra europeu. Mas por aqui, o charme dessas lanternas verticais vai ficar por um bom tempo, provevelmente mudando apenas a frente.

Massacre

Massacre: design futurista, com um problema: porta malas é pequeno. Mas foda-se! com um carro bonito desses, alguém aí vai reclamar do porta malas ??



As fotos falarão por si: esse é o NOVO HONDA CIVIC.
O mercado hoje mais agitado é o de sedans médios, que aqui no Brasil, devido a nossa indecente falta de renda, assume ares de carros de luxo.
O rei há alguns anos atrás era o Vectra, antigo. Aí vieram os japoneses: primeiro o CIVIC, depois o COROLLA. E as marcas tradicionais ficaram de fora. Como um Vectra iria concorrer com o ousado e eficiente Corolla , apenas o carro mais vendido do mundo ?
A GM deu o troco: não iria entregar um mercado que sempre foi dela. Esticou o Astra, deu um retoques aí, jogou uma versão mais cara que o normal e pronto: o novo Vectra é um sucesso absoluto, desbancando o Corolla e vendendo 3.500 unidades por mês, o que é uma façanha e tanto se tivermos em mente que o mais barato Vectra custa a bagatela de 60 mil reais, chegando a 85 mil no modelo top.
A coisa ficou agitada: a Ford trouxe do México o belo Fusion, com alíquota zero. A VW vai trazer o Jetta, baseado no Golf europeu. A Renault nacionalizou o belo Megane sedan, se bem que numa categoria de preço um pouco mais abaixo, mais perto de Astra e Focus sedans.
A Toyota não tem muito o que fazer: só esperar o modelo novo, já que sua fábrica é pequena, sem condições de desenvolver um produto inteiro novo por aqui.
E a Honda ?
Simplesmente um massacre.
Veja as fotos!
Design que deixa qualquer outro carro ficar parecendo um troço jogado no meio da rua.....o painel em dois andares, meio digital, é um abuso. E o toque final: na versão top de linha, câmbio automático de 5 marchas ( as do Vectra páram nas 4.....) e com opção de trocas de marcha no volante, tipo borboletas da F1......Isso sem falar nos "básicos" air bag de série mesmo na versão mais barata ( o Vectra só como opcional......estúpido....), suspensão traseira mult-link, assoalho traseiro plano, motor com comando de válvulas variável, que anda como um possante 3.0, mas economiza como um 1.6.....Enfim, sem comentários.
E o toque final do assassinato com requintes de crueldade: o preço. Um Civic novo, que tem uma lista de uns 10 itens a mais que o Vectra básico custa 60 mil reais, o mesmo que o Vectra. E o Civic top, com tudo e mais um pouco e ainda por cima com o câmbio F1 custa 77 mil.....o Vectra top, com menos equipamento e nível tecnológico totalmente inferior, custa 85 mil. É ou não é um massacre?
Veja as fotos....eu não falo mais nada.

O painel, azul, é digital em cima e analógico embaixo, ilumina-se gradualmente, de acordo com a abertura das portas, da chave no contato e quando se dá a partida. No Renault Megane, a chave é um cartão de crédito....o Vectra tem o quê mesmo ?


Funciona assim: no D é um câmbio normal automático, no S você troca nas borboletas, direita pra cima, esquerda pra baixo, como num F1. E ah! o motor tem comando de válvulas eletrônico, ou seja, em baixa rotação dá torque, em alta, potência. 1.8 com 140 cv, com consumo de 1.6. O do Vectra é um beberrão de 2.4 com 16v que não tem nem metade da tecnologia do Honda, e bebe como um Opala dos velhos tempos.....