Tuesday, June 29, 2010

post 200 : adeus ao PT Cruiser





Não poderia comemorar minha postagem de número 200 neste blog com uma notícia ao mesmo tempo triste mas ao mesmo tempo importante : dia 9 de julho de 2010 sai de linha o PT Cruiser. Este carro simboliza para mim tudo o que um automóvel deve ser: mais do que um meio de transporte racional, como idealizado por Henry Ford, um produto de design, que expresse boa parte da personalidade do seu dono, mas ao mesmo tempo, do seu momento histórico. E o Cruiser conseguiu isso em 10 anos de mercado, sendo o primeiro carro de toda uma nova leva que se seguiu: foi o carro pioneiro em inovar em design pra valer, valendo-se da combinação única de elementos dos anos 30, devidamente atualizados. Até ele, os carros estavam ficando cada vez mais iguais, previsíveis, chatos. Mesmo 10 anos depois, o carro continua lindo, e já se tornou um clássico.
Há uma profunda reflexão sob o design no mundo de hoje. Vivemos sufocados por uma avalanche de produtos em série. Mesmo assim, não é impossível comprar produtos belos, unindo o contraditório, personalidade e produção em série, indústria e arte. No século XIX, os primeiros artistas a trabalharem o ferro com intenção para além do utilitarismo foram os franceses, cuja escola ficou conhecida como Art Nouveau, a "Arte Nova", que procurava conciliar estes dois pontos tão distantes: produção de produtos em série na sociedade industrial mas com olhar estético, atento ao belo, ao inovador, ao surpreendente. O Cruiser foi no passado buscar estes elementos, criando um carro que é mais que um carro, é um objeto, completo em si, digno de ser olhado e apreciado, ainda que saído de uma fábrica. Seu estilo retrô é apenas um indício do que veio depois: o New Beetle, o Mini, e outros mais... não à toa, e é a maior homenagem ao Cruiser, ele sairá de linha para a produção do belíssimo Fiat 500, ele próprio, "herdeiro" direto do conceito introduzido pelo mafioso carrão da Chrysler...

No post 200, um adeus de despedida ao PT Cruiser, mas saudando-o aos novos tempos, que espero, produzam bons carros de dirigir, mas igualmente de olhar.

Monday, June 28, 2010

Fluence hatch no Brasil: a Renault vai se abrasileirar?




A Renault prepara a substituição de sua família de médios por aqui. Sai o Megane atual, sedan e perua, e entra a família Fluence, versão mais simplificada do novo Megane, que na Europa também substituiu os atuais modelos. O sedan Fluence é pensado para a realidade dos "emergentes" e já é vendido na Turquia, onde também é fabricado. Ano que vem, ele dá as caras no Brasil.
O Megane foi um fiasco tão grande no Brasil que até mesmo o presidente da empresa por aqui já anunciou que ele vai sair de linha ( já viu algum presidente de empresa dizer isso abertamente ?). O Fluence não tem nada de tão melhor assim, já que o atual Megane é um bom carro. Mas é uma chance de, mudando nome e design, quem sabe o novo produto "pega". Por que não "pegou' o atual Megane ? Vai saber....

Há também a aposta de que a família Fluence teria uma perua e um hatch médio, na faixa concorrida de Vectra GT, Golf, 307 e outros. A foto aí em cima é do Megane hatch versão nova, da Europa. O Fluence é um pouco diferente, mas não há ainda uma versão dele na versão hatch, seria uma novidade brasileira. Para o bem da concorrência, esperamos que sim, haja um Fluence hatch.

Ainda continuo achando que a Renault é a marca que ainda está devendo no Brasil. Das new corners, as novatas ( nem tão novatas assim, pois a maioria já passou dos 10 anos de mercado), só a Renault tem condições de ir pra cima da Ford, a atual 4ª colocada e atingir em cheio o mercado de carros baratos. Toyota só terá carro barato quando terminar (se...) a fábrica de Sorocaba, Honda, Citroen, Peugeot são carros mais caros mesmo. Mas a Renault não: tem capacidade fabril, tem carros baratos, falta produto com apelo ao consumidor... num mercado com novo uno, ka, celta, gol, fiesta, ela querer "atacar" de clio é brincadeira... num mercado recheado de sedans compactos bonitos e baratos, como voyage, siena, classic, fiesta ela querer vender o logan, que é bom mas feio e custa o mesmo que seus concorrentes, também soa risível. Resta a marca o bom sandero, que enfrenta fox e agile, mas já começa a sentir certo peso da idade, pelo menos no interior, simples demais agora com certa atualização do segmento com novo fox e o agile. A Renault ainda não se abrasileirou.