Andar para trás para ir pra frente

Pode olhar a vontade: esse é um dos melhores carros do mundo em sua faixa de preço: trata-se do Golf VI, isso mesmo, a sexta geração do médio-compacto que é uma paixão na Europa, verdadeiro ícone da VW e por que não dizer, por extensão, de toda a indústria alemã.
O interessante é que este modelo, a ser lançado no Salão de Paris mês que vem, é menos complexo que seu antecessor, o Golf V. O modelo V tinha sofisticada arquitetura de construção, suspensão e eletrônica: tudo infinitamente de boa qualidade, mas faltou combinar com os consumidores... o preço. O Golf seu foi sinônimo de carro popular na Alemanha, não à toa inspirou o nome do nosso Gol por aqui: carro bom, barato e robusto, era o lema da marca ao criar o Golf I, ainda nos anos 70, muito parecido aliás com o nosso primeiro gol quadrado. O modelo V saiu desse padrão, elevando-o demais, o que é bom, mas tornado-o muito caro, o que é péssimo: conclusão: a VW antecipou esta geração em um ano, tirou correndo o Golf V de linha e diminuiu as sofisticações e principalmente o elevado custo e tempo de produção da linha VI. Com ainda ótima qualidade e agora de volta ao preço razoável que ele sempre teve, não há dúvidas de que o Golf VI voltara a disputar a liderança em vendas na Europa, perdida há algum tempo para modelos mais baratos, como Clio, 207 e Corsa.
E no Brasil ? Se o Golf V era caro até na Europa, imagine aqui.... portanto, o nosso Golf foi uma remodelação do Golf IV. Com a simplificação na nova geração, pode muito bem ser possível ver o Golf VI por aqui em dois anos. O mercado de médios no Brasil é limitado por preço alto e pela proximidade dos sedans, mais desejados que os caro médios hatches. Mas que seria pelo menos bom ver um desses andando por aí, mas melhor ainda na minha garagem.

bem vindo de volta...Voyage

para quem tem mais de 30 anos, como infelizmente eu, o nome Voyage significa muito: durante os anos 80, o sedan da linha gol foi uma referência no segmento de carros médios: bonito (para a época), confortável, com um potente motor 1.8, acabamento luxuoso na versão GLS ( acredite, mesmo hoje em dia, ele ainda seria melhor que muito carro moderno no acabamento...) e uma estabilidade a toda prova em curvas. Era tudo o que um consumidor exigente gostaria de ter.
Quando a VW criou o gol "bolinha", de segunda geração, estranhamente ela abandonou o mercado de sedans compactos. Não consigo encontrar explicação razoável para isso... o mercado de sedans compactos é o maior do país, maior até mesmo que o de hatchs compactos, pois embora os compactos individualmente vendam mais, quando se somam todas as versões de sedans compactos, eles superam o hatchs compactos. Mercado importantíssimo afinal, que a VW simplesmente não participa, ou o faz de forma muito marginal com um produto bom, mas caro, o Polo sedan.
Agora com a volta do Voyage ela irá atacar num segmento com forte concorrência: Siena, Corsa, Fiesta, Logan, futuro 207 Passion... mas com a força da marca VW e com o nome Voyage, claro que com a plataforma moderna do novo gol, ela terá um competidor que deverá incomodar muito. A Fiat que se prepare...
Pena que a traseira ficou feia... se vc procurar, há um post chamado dois sedans, onde há uma foto de uma projeção do futuro gol sedan com linhas bem mais bonitas, ao estilo Jetta. A traseira final ficou mais quadrada, bem menos instigante. Lembra de fato o antigo Voyage... mas poderia ter sido melhor.
E por ironia final: entra o Voyage, sai a Parati....não haverá versão perua da nova família Gol, apenas a atual SpaceFox.... adeus Parati, mais um nome que a VW poderá ressuscitar daqui a uns 20 anos quem sabe.

Viva o Corsa!

Esta é a frente do NOVO CORSA, ou mais exatamente, o futuro VIVA, que a GM-Brasil irá apresentar ainda este ano, em outubro, no Salão do Automóvel. Veja o Corsa europeu moderno, adicione mais altura, como num Fox, ponha a grade que vê aqui e terá o sucessor do atual Corsa brasileiro.
De fato, a GM Brasil mais parece um museu de carros.... seus projetos mais recentes, Vectra/Vectra hatch já estão saindo de linha na Europa... seu carro de maior venda, o Celta, baseia-se no Corsa de 1994, enquanto seu compacto Corsa, o "novo", já saiu de linha na Europa faz tempo e por aqui, não muda nada desde o lançamento, em 2002...
São bons produtos, mas ultrapassados num mercado hoje, muito agressivo e competitivo. Por isso, a GM daqui resolveu se mexer: vai lançar, de acordo com ela mesma, 20 novos produtos até 2012, incluindo vários importados e renovar toda sua linha nacional até 2011, o que inclui uma nova família de compactos, o projeto VIVA, cuja frente foi mostrada na festa dos 100 anos (mundial) da empresa no Brasil, semana passada.
Há várias especulações, mas o VIVA será um compacto novo, provavelmente com plataforma do Corsa atual, mas bem mais alto, quase um Fox, e que também terá uma fanília inteira, o que inclui um novo sedan compacto, uma picape, e ou uma minivan ou uma perua. Irá ocupar o mercado do atual Corsa que depois de bons anos, sai de linha. Talvez até mude de nome para Viva. Enquanto isso, Celta e Classic ficam como estão, mas passam por reformulações estéticas, copiando a nova grade dupla com gravatinha dourada que é a identidade mundial da Chevrolet, hoje a marca mais forte no universo de marcas da GM mundial.
Com a chegada daqui há 3 anos do futuro compacto da Toyota e com o anúncio recente do futuro compacto da Hyundai, ambos fabricados no Brasil, e com a leva de novos compactos chegando por aí, começando com novo Gol, 207 e futuros novos Palio e Fiesta, com novas plataformas, o novo Corsa-Viva não vai ter vida fácil, mas pelo menos a GM terá um modelo atualizado. O museu pelo jeito vai fechar.

Sedutora...

acima, a bela versão Adventure, com direito a bloqueio de diferencial, motor 1.8 e preço impagável. Abaixo, a versão Trecking, mais modesta em equipamentos, mas ainda sim, bela e com preço menos indecente: nas duas versões um carro sedutor.




A Fiat completa a linha Palio, quase prestes a ser de novo toda remodelada com a chegada do sucessor em finais de 2009 com a versão picape Strada.
Até agora, a única a oferecer cabine estendida, invenção da Fiat local e que as outras marcas, por simples burrice e lentidão, ainda não copiaram. Mas é na versão Adventure que a Fiat jogou forte: bloqueio de diferencial, motor 1.8 da GM flex, suspensão elevadíssima, caixas de roda quadradas, bússola, inclinômetro... e o preço, de impagáveis 47 mil reais num carro duas portas e que só leva duas pessoas. Mas não há dúvida: é um carro sedutor. Mas fica a versão Trecking, ainda bem bonita, mas mais acessível.
É o último suspiro da linha Palio em fase final de vida. Em dois anos, no máximo, chega o sucessor e começa tudo de novo. Mas a receita Adventure vai continuar, pois trata-se de uma invenção barata, sedutora e que agrega valor, e preço, a um produto desejável pelo consumidor. Ponto para a Fiat que as outras ainda não conseguiram copiar com a mesma competência.