Tuesday, March 31, 2009

Pra ficar na História




preste bem atenção na imagem acima : ela marca o início de uma nova era e o fim de outra. Pelo menos, nos EUA...
o carro acima você conhece: é o NOVO FIESTA europeu, fabricado na Alemanha, Inglaterra e Espanha. Apesar do desastre dos últimos meses em vendas na Europa, a Ford foi uma das poucas, aliás acho que a única, que perdeu "pouco" em vendas, graças a seu novo produto, muito bem recebido na Europa. Pois bem, é esse produto que está saindo no momento da foto do navio para os EUA. Uma empresa americana, Ford, vai inverter a lógica : trazer tecnologia e produtos acabados de suas filiais para matriz e o consumidor americano. É uma pequena revolução.
O consumidor americano, acostumado com picapes imensas, SUV beberrões e sedan feiosos e desajeitados, vai conhecer aos poucos os compactos europeus, modernos, sofisticados e econômicos. Mentalmente, seria como um japonês ensinar samba no morro carioca a brasileiros... Some-se a isso a notícia de que algo como 1.200 empregados brasileiros da GM, engenheiros e designers, vão passar uma temporada nos EUA ensinando os americanos a produzir carros compactos bonitos e eficientes, nós temos a dimensão exata da revolução que o mercado automotivo americana está passando. Por fim, a Chrysler só vai se salvar se confirmar seu plano de união, com transferência de tecnologia, da Fiat... suprema ironia: uma empresa italiana que fabricava mini carros nos anos 50, mesma época em que os orgulhosos americanos desfilavam seus monstros rabo de peixe e ouviam Elvis, agora vai transferior tecnologia aos americanos.
O Fiesta desembarca nos EUA pelas mãos da Ford: taí uma imagem que não se vê todo dia.

Monday, March 30, 2009

Das Neue Astra






Estas são fotos do futuro NOVO ASTRA europeu, a ser lançado ainda este ano, no próximo salão de Genebra. Há carros que tem seus próprios concorrentes e juntos, formam uma disputa particular no mercado em que ocorrem. Tal é o caso Gol-Palio, ou Corolla-Civic, mas nada se compara na Europa a rivalidade Golf-Astra. Os dois travam, há anos, uma disputa pelo consumidor e há legiões de fãs, de um e de outro. Como o Golf mudou, o Astra não podia ficar atrás.
Mas aqui no Brasil, nosso Astra é passado. Temos o Vectra hatch, na verdade o Astra europeu atual, que vai ser substituído por esse aí da foto. Mas ainda temos o Astra antigo, que aliás vende bem, considerando-se que é um mercado de carros caros: claro, o Astra vende porque oferece bom conjunto, algum status e conforto, por pouco mais de 40 mil reais, enquanto seus concorrentes, Golf, Vectra, 307, etc... passam dos 50 mil. Com a chegada do Viva, o Astra poderá sair de linha. Ou não, pois o Viva é uma minivan compacta, ao estilo do Fox, enquanto o Astra é nitidamente um hatch médio, com certo ímpeto esportivo. Eu não me surpreenderia se a GM mantivesse o atual Astra ainda por um tempo. Quanto ao NOVO ASTRA europeu, esqueça de vez: se nem o antigo pode sair, vamos ficar com o nosso Vectra hatch ainda por anos a fio.

Wednesday, March 25, 2009

Qual a cor do seu carro?



Qual é a cor do seu carro?

Muito provavelmente você respondeu: prata. Ou preto talvez. Quem sabe um branco ou um vermelho ? Juntando estas opções, garanto que cubro algo como uns 90% de meus possíveis leitores...
Uma das coisas que mais me irrita na indústria nacional é a falta de cor. Como é chata a paisagem automobilística brasileira ! Um mar de prata, um monte de cores apagadas e um ou outro tom diferente que chega até a alegrar os olhos. Há carros, como o Ka ou o Celta, cuja paleta de cores cabe nos dedos da mão: 5 apenas. Há outros que tem mais cores, mas sem pestanejar, metade é de tons de prata...
Desculpas não faltam: o prata "suja" menos, como se sujeira fosse exclusiva de uma cor. Ou outras desculpas esfarrapadas, como vermelho atrai azar... Há razões mais concretas, embora a meu ver tolas, como a de que carros prata desvalorizam menos (como se hoje em dia algum carro usado não desvalorizasse...) ou outra desculpa, essa sim mais consistente: carros com cores diferentes, metálicas ou perolizadas, custam mais caro.
Duas coisas: primeiro, foi-se o tempo que cor influenciava na compra de um carro usado. A desvalorização de um usado é geral, seja em qualquer cor. Portanto, abaixo o prata. Segundo: cor custa caro. Nem é tão caro assim: as mais caras custam 800 reais, pouco, se considerarmos que qualquer carro hoje passa dos 20 mil.
Devo confessar : sou adepto de cores estrambóticas, berrantes, chocantes, surpreendentes. Vivemos num país com luminosidade intensa, sol quase o ano todo. Nossa paisagem urbana, já cinza demais, poderia ser menos feia se nossa frota fosse mais colorida. Dentro e fora. Na Europa, o interiore dos carros compactos é colorido. Há bancos vermelhos, painéis com detalhes roxos, carpetes laranjas. Nada de mais. Carros compactos por definição são modelos jovens, feitos para não serem "levados a sério", urbanos, transmitem energia e intensidade, independente de serem potentes ou não. Foda-se se o carro vai desvalorizar porque é roxo ou cor de laranja... se for prata vai desvalorizar do mesmo jeito. Duas coisas permitem ao consumidor nacional comprar cores berrantes: a desvalorização generalizada do usado, transformando carro em geladeira ( você compra, usa e depois joga fora e compra outro...) e uma maior mulherização do mercado de carros, elas, sempre mais inteligentes que nós, trogloditas idiotas, buscam cores mais diferenciadas. Pena que a indústria, por preguiça, medo e custos, continue impondo a ditadura preto-vermelho-prata. Eu queria poder comprar um Ka roxo, um Palio amarelo (sem precisar ser o esportivo R) ou um Celta azul berrante como o Vectra GT da foto: um belíssima cor, mas infelizmente restrita ao modelo de alto preço da GM. Por que não um compacto barato tão colorido como ele? Lembro quando foi lançado o primeiro Corsa, em 94. A GM inovou e lançou cores como roxo, ferrugem, verde piscina. Até hoje, esses carrinhos, já com mais de 10 anos de uso, ainda são simpáticos, pois são simples, mas cativam o olhar com suas cores diferenciadas. Se pudesse, compraria um popular com esse tipo de cor. Pena que simplesmente as fábricas não oferecem algo parecido.
Hoje só conheço o Sandero azul berrante e o Palio com algumas opções diferentes. Há um Fox cor de ferrugem interessante. E vi um novo tom de verde no Fiesta. Mas é só. Posso estar sozinho nesta opinião, mas por minha conta, eu prefiriria comprar amarelo, roxo, laranja, verde varejeira, azul berrante... já que vai de carro compacto, que pelo menos ele seja diferente.

Monday, March 23, 2009

Anti-lançamento no mercado quente de sedans



Uma empresa pode querer vender um carro sem querer vendê-lo ?
O que parece uma óbvia contradição explica-se no lançamento do sedan Prisma com motor 1.0, agora rebatizado de VHC-E, com modificações em relação ao do Celta/Classic anterior. O Prisma agora vem com duas versões: a tradicional 1.4 e agora a 1.0. O curioso: a GM sequer fez alguma propaganda a respeito, ou seja, foi quase um "anti-lançamento': por que?
Hoje, o carro mais importante da linha GM é o Classic, mais até do que o Celta. O pequeno sedan de desenho simpático vende como água, em parte pelo desenho, mas muito pelo ótimo custo-benefício: por quase o preço de Celta, você leva um sedan 4 portas com melhor acabamento interno e uma ótima imagem de resistência mecânica, confirmada por quem já teve um. Conclusão: há anos ele representa, sozinho, quase metade do mercado de sedans do país e na prática, é um dos poucos que vendem mais que 100 mil unidades/ano, figurando sempre no ranking dos 5 mais vendidos. Quando foi lançado o Prisma, ficou evidente que o motor 1.4 era só o aperitivo de uma futura versão 1.0, natural substituta do Classic. Mesmo assim, com as vendas do veterano corsa sedan em alta, o motor 1.0 foi ficando para depois...
Mas agora, a GM sentiu a concorrência no feroz mercado de sedans: com a chegada do Symbol, a Renault tem tudo para baixar o preço do Logan, que é feio mas é grande e pode ficar barato, isso sem falar no Voyage, que já desbancou o Siena em vendas. Portanto, para a GM, o Prisma 1.0 encontrou seu momento de estrear: mas com um missão perigosa, não "manchar" o Classic, jogando-o para o time dos que estão saindo de linha, pois isso iria afundar suas vendas, coisas que uma GM em crise mundial nem pode pensar em ocorrer. Portanto, a GM adotou o "anti-lançamento": quem quiser comprar um Classic e vir um Prisma 1.0, sai da concessionária comprando um GM, mas quem quiser comprar um Voyage,um Logan ou um Siena, mas acha que o Classic é antigo demais, pode igualmente encontrar um bom Prisma 1.0. Ao mesmo tempo, abre espaço para o futuro sedan Viva, que vai, esse sim, matar o sedan Corsa 'novo'.E o Classic? Sai de linha? A resposta é sempre a mesma: o mercado, ou seja, o consumidor, vai dizer. Se ele continuar vendendo bem, claro com uma ajudinha da GM mantendo seu preço competitivo, ele continua até o infinito e além, convivendo com Prisma 1.0. Afinal, a Fiat tem Uno Mille e tudo bem com o Palio, né?

E a Fiat ? Ela sentiu o tranco, quando no mês passado o Voyage desbancou o Siena como o segundo sedan mais vendido: somado a tudo isso, mais Symbol, mais Logan mais barato, mais o diabo a quatro, ela lança uma versão simplificada do Siena, a EL, com motor 1.0, carroceria nova, mas com menos equipamento que a 1.0 ELX e quase 4 mil reais mais barata. Sempre ágil, foi agressiva no preço: o Siena EL custa, já com direção hidráulica, 29 mil reais, o que é bastante tentador. Diga-se de passagem a direção é item de série até no Siena Fire, de carroceria antiga: ponto positivo para o consumidor e claro, diferencial enorme para a Fiat, que oferece mais produto por menos preço
Curioso: o Palio ficou com a frente do Siena, mas esse Siena EL adota o frente do Palio, sem os novos faróis biparábola, estranhos aliás... o que pode nos levar a crer que a família EL pode em breve se expandir com Palio(voltando a ter os faróis que acabaram de mudar...) ou até Weekend. Afinal, em época de crise, quem tiver carro barato, se dá bem.

Eis o Siena EL: barato e bonito.


Thursday, March 05, 2009

A idéia certa que vai pegar todo mundo no carro errado



Acho que nunca falei tanto do Polo como nesses dias, mas a culpa é da VW, que não pára de dar novidades sobre o produto.
Agora, é a vez do novo sistema de partida que a VW em conjunto com a Bosch desenvolveu, e que vai ser usado pela primeira vez no Polo: a VW batizou-o comercialmente de E-Flex. Mas se quiser um apelido " tchau tanquinho".
Todo mundo que tem carro flex sabe: há um tanquinho no cofre do motor que fica abastecido com gasolina. Em dias frios, a injeção eletrônica identifica se o carro tem alcool ou gasolina e em caso de ser álcool, ou maioria de, ela aciona o tanquinho, que injeta a gasolina, dá a partida e depois passa ao álcool.
A solução é antiga: desde os primeiros carros a álcool que ela existe, mas antigamente era aciona pelo pé do motorista. Com a atual eletrônica, é tudo automático ou quase: vc tem de lembrar de colocar gasolina no maldito tanquinho. Mas os seus problemas só começam.
Primeiro, o tanquinho é pequeno, e tem que ser, afinal ele fica com gasolina bem em cima do motor, área de alta temperatura. No inverno, ele pode acabar logo. E no verão, ele fica inativo, o que é outro problema, já que gasolina "fica velha", perdendo sua capacidade de queima e portanto, diminuindo drasticamente sua eficiência. Para piorar, a maioria dos carros flex, por pura porquice da indústria nacional, não tem sequer uma maldita luzinha no painel indicando que o tanquinho está prestes a ficar vazio. Se você esquece de colocar gasolina lá e seu carro só anda de álcool, numa manhã fria vc pode ficar parado na garagem.
Isso quando o sistema não dá pau mesmo: no meu Corsa, pelo que acredito ser um erro de projeto, o sistema funciona mal: no frio intenso, ele injeta gasolina, mas no frio menos forte ele simplesmente não injeta nada: conclusão, em mais de uma vez, abastecido só com álcool, meu carro simplesmente não pegava, porque o sistema não injetava gasolina. ( a GM corrigiu o problema no Corsa 1.4, que tem um sistema diferente de injeção, parecido com o E-flex, mas ainda usa tanquinho)
Por essas e outras, e porque o álcool efetivamente é um combustível pouco eficiente, e no frio faz o motor "pipocar" nas saídas de manhã, muitos preferem, como eu aliás, sempre colocar com álcool alguma gasolina no abastecimento.
Agora acabou: o E-Flex esquenta o combustível logo na partida e mesmo depois, nos primeiros momentos, ele continua esquentando o álcool injetado no motor, não só eliminando o tanquinho, mas também eliminando as "pipocadas" comuns nos carros com álcool nas manhãs frias. Basta pisar na empreagem antes de dar a partida para acionar o sistema. Se não pisar na embreagem, o carro não vai ligar, porque o computador da injeção eletrônica bloqueia a ignição. Há outra vantagem adicional: vc nunca vai conseguir dar trancos no carro, ligando com ele engatado, coisa que, convenhamos, TODO mundo já fez um monte de vezes na vida.
O símbolo no painel do Polo indica o sistema: uma resistência elétrica que vai esquentar o álcool.
Logo que surgiu o flex, já tinha ouvido falar no sistema, mas por dificuldades técnicas, como evitar que o álcool pegue fogo ao ser esquentado fora do motor e por custos, o tanquinho, solução mais simples, mas mais precária, prevaleceu. Agora, a VW dá o pontapé inicial da morte do tanquinho.
Mais uma boa idéia, mas de novo, no carro errado: porque a VW não pôs o sistema logo de uma vez em toda sua linha de carros, ou ainda, porque não no Gol, seu principal produto? Segunda idéia certa da VW em uma semana, as duas no mesmo carro, o errado. E porque no carro errado ? Resposta: o Polo com esse sistema custa 47 mil reais.

Monday, March 02, 2009

O carro certo, mas sem pressa.





E por falar em Polo, o modelo remodelado acaba de ser lançado em Genebra.É um mini Golf, com amplas opções de motores, "1.2 de 86 cv (cavalos) e 1.2 TSI com turbocompressor de 105 cv, além de versões 1.4 e 1.6 a diesel ou com injeção direta de combustível com potências variando entre 75 cv e 120 cv. Além disso, haverá a versão esportiva GTI, equipada com propulsor 1.4 com injeção direta e dupla sobrealimentação, que alcança os 180 cv de potência máxima. "
Tá certo que não é uma época boa para lançar alguma coisa no mercado automobilístico europeu, em queda livre em todos os países, mas a VW precisa mesmo mexer no Polo por lá. Pois por lá, os concorrentes do Polo estão todos à frente: Punto, 207( versão "original", de lá, maior e mais sofisticada que a daqui), Clio,( versão "original", de lá, maior e mais sofisticada que a daqui), Corsa, ( versão "original", de lá, maior e mais sofisticada que a daqui), e Fiesta( versão "original", de lá, maior e mais sofisticada que a daqui)...
Desculpe a chatice de repetir a mesma frase, mas a mensagem é evidente: na Europa, todos os compactos tem versões à frente das nossas, com exceção do Punto. Neste contexto, o nosso Polo por enquanto é o mesmo europeu. Se aqui é um carro atual, por lá vê-se que já estava ficando desafado, em design, espaço e tecnologia.
Sempre a mesma pergunta: quando o Polo europeu vem para cá? Em dias de crise a resposta pode ser nunca... Por aqui, o Polo ainda é visto como carro sofisticado, embora já ultrapassado em modernidade pelo Punto, pelo C3 e até, quem diria, pelo Sandero( que na Europa é carro barato... vai entender o mercado mundial...). Enquanto os compactos brasileiros ficarem todos na mesma linha, a VW vai esticar ao máximo o atual Polo. Os compactos "premium" eram o xodó do mercado, mas com a crise, a prioridade agora é vender carro barato, não produto de alto preço. Provavelmente não vai valer a pena um enorme investimento num produto novo com vendas baixas, ainda mais se a VW tem o Gol como boa opção no segmento de compactos. Mesmo o Punto, embora seja atualmente o mais avançado compacto do Brasil, vende muito pouco para as outras montadoras ficarem preocupadas. A renovação dos compactos brasileiros já começou com o Punto, vai continuar com o Viva e talvez chega ao Fiesta, projeto mundial, ano que vem. Mas virá sem pressa.