Monday, May 25, 2009

Aonde vai?




Este será o próximo lançamento da Honda no mercado nacional: o City, versão sedan do Fit.
Como se vê, ele não nega o "dna" Honda, sendo quase uma cópia, em escala menor, do Civic, coisa que o Fit atual, remodelado, já o é por dentro.
O Fit é hoje o melhor carro compacto nacional. Bate de longe em tecnologia, qualidade construtiva e espaço todos os outros no mesmo patamar de mercado: Punto, Polo, C3, 207, Meriva, Fox....o que vier: não tem pra niguém : o Fit é melhor que todos eles, descontando claro, o design, que é sempre pessoal.
E porque o Fit não vende mais ? Simples assim: o preço. Enquanto um Punto ou um Polo, bons compactos premium, custam em torno de 40 mil reais, chegando a 45 mil, o Fit já começa em 45 mil e vai até o céu.... versões equipadas do Fit chegam próximo em preço ao Civic. A diferença entre um Fit top ( por top, entenda-se com câmbio automático jpa que todas as versões são bem completas) e um Civic manual é menor que 5 mil reais. É aí que eu me pergunto: onde vai ficar posicionado o City? Afinal, um sedan é sempre mais caro que um hatch e neste caso o hatch já custa caro. Me parece que o City tem tudo para ser um excelente carro, mas seu principal concorrente será mesmo o Civic.... A diferença de preço entre eles deverá ser bem pequena, a não ser que a Honda faça um posicionamento diferente, jogando mais embaixo o preço do hatch Fit e abrindo caminho para o City, ficando o Civic onde ele está.

as japonesas mostraram em pouco tempo, porque são as melhores do mundo: elas têm poucos carros no mercado nacional, mas os que têm, são os melhores. O que falta a eles é maior penetração de mercado, com carros mais acessíveis, coisa que a Toyota promete daqui a 3 anos, quando a fábrica de Sorocaba ficar pronta. Até lá, vamos continuar namorando os japoneses à distância ( eu pelo menos...) ou então sonhando com um usado.... mesmo assim, já é uma boa notícia mais um Honda no mercado nacional... afinal é mais um usado acessível daqui a uns 3 anos.

Tuesday, May 19, 2009

é cagada ou é de propósito - parte 2




Achei estranha a notícia; a GM refez a sua linha Corsa no Brasil, às vésperas do lançamento do Viva, seu novo compacto. Agora, o velho Classic está de modelo único, sem as versões Life, Spirit e Premium, mas em versão única, sem nome, apenas Classic mesmo. Seus opcionais são livres; ou seja, vc pode comprar do jeito que quiser, só com ar ou só com direção ou com os dois... lógico e honesto, como a Fiat faz e a GM insiste em manter os nojentos pacotes.
Mas o estranho foi a outra notícia; o Corsa, hatch, fica sem o motor 1.0. Ele já tinha perdido o motor 1.8, e agora só fica com o 1.4. Achei estranho; o Viva é um modelo compacto, com motor apenas 1.4 e talvez uma versão top com 1.8, ele não terá versão 1.0. Achei que com o lançamento do Viva, o Corsa atual teria um downgrade, ficando como versão mais popular, com motor 1.0 e quem sabe um 1.4. Mas a GM fez o caminho inverso: tirou o 1.0. Há algumas hipóteses; o Viva chegará mais caro que se pensava, portanto, haverá espaço para manutenção do Corsa como modelo compacto com motor 1.4, sem concorrência com o Viva. Outra hipótese; o Viva chegará no preço esperado, algo como 40 mil reais, o preço de um compacto premium como o Polo ou o Punto, mas o Corsa agora só 1.4 virá com preço mais baixo mesmo, o que seria uma estratégia ousada da GM; manter um carro 1.4 com preço de 1.0.
Como vimos no post anterior, a Peugeot fez merda com o 207, jogando o preço dele para cima em demasia. Seria a GM burra igual em lançar um novo compacto, o Viva, com a mesma política de preço alto, deixando a um cansado Corsa a tarefa de brigar com carros mais modernos, como Fiesta, Fox, Gol e afins ? O Corsa é um bom projeto, ainda não tão ultrapassado para padrões brasileiros, se ele tiver preço baixo com motor 1.4 vai incomodar carros mais modernos como Fox e Fiesta, estes porém na faixa de preço do 1.0. Mas é uma aposta que pode dar errado: agora a GM só tem Celta e Classic na faixa do 1.0, sendo este último aos poucos em substituição pelo Prisma 1.0.
Corsa 1.4 com preço de 1.0 ? ótimo negócio, mesmo com a concorrência de Fox, Gol e Fiesta, mais modernos, mas no preço do 1.0. Viva 1.4 com preço acima de 40 mil reais e Corsa 1.4 com os atuais preços de 35 mil reais de seus concorrentes 1.6 mais modernos? Cagada grave. A esperar...

Tuesday, May 05, 2009

É cagada ou é de propósito?



desculpe o título meio violento do post, mas reparou uma coisa: a Peugeot "saiu" do mercado?

lembra que o 206 frequentava assiduamente as propagandas ? em revistas, tvs e internet, lá estava ele, bonito, charmoso e ....barato. Era comum ver propagandas da marca exaltando o baixo preço do modelo básico, algo como 28 mil reais, e as condições excepcionais, como ar condicionado gratuito.
O resultado era o esperado: o 206 sempre estava entre os 15 mais vendidos, disputando mês a mês as vendas no mesmo patamar dos outros modelos compactos "meio populares", como Fox, Fiesta, Corsa e Palio ELX. Havia mês que o 206 ultrapassava fácil o Corsa e chegava perto do Fiesta, então, seu maior concorrente direto, embora os dois um pouco longe do Best Seller Fox.

Tudo acabou com o 207....

Mas , porque? O 207 é bonito (alguns acham exagerada a frente, mas não dá pra dizer que é um carro feio), tem bons materiais de acabamento, a mesma mecânica do 206, enfim, é o mesmo carro, com um design levemente diferente: porque parou de vender ?
Por que parou mesmo... vejo a tabela de vendas: enquanto Fox e Fiesta estão em torno de 8 mil e 7.500 unidades/mês, ficando o Corsa mais abaixo com 4 mil, o 207 amarga 2.200 unidades.... menos que seu irmão C3, que sempre foi um produto mais caro.
Pronto: chegamos no ponto. Preço. Enquanto o 206 tinha preços competitivos, aliás bem próximos, quando não inferiores, aos de Fox, Corsa e Fiesta, o 207 custa hoje, a bagatela de 40 mil reais, o mais básico....

é verdade que todo 207 vem com ar, direção, vidros, travas. Mas é verdade que hoje vc compra um Fox com tudo isso com 35 mil reais. Ainda sim, 5 mil a menos que o 207. A Peugeot não remodelou seu 206, ela reposicionou o carro no mercado: saiu do mercado de compactos, para ir para o mercado de compactos premium, carros em torno de 40 mil reais. Nesta faixa, antes ocupada só pelo Polo, hoje convivem Punto, C3 e.... o 207!!! Mas o 207 não é apenas um remake do 206...? pois, é. Percebeu porque ele está vendendo pouco. Ao jogar o 207 lá pra cima, a Peugeot acabaou "matando" o 206, que afinal está com o mesmo preço, mas ficou com cara de velho.
Minha única dúvida: foi de propósito ou foi merda? Se a Peugeot queria mesmo "sair" do mercado de compactos e ficar apenas no de compactos premium, a estratégia está correta: aumentar o preço e pronto. Quem quiser e puder, paga, senão vai andar de Corsa, Fiesta ou Fox. Mas se foi apenas "sede ao pote", a marca escorregou feio: perdeu volume de venda, perdeu popularidade e corre o risco de não se firmar no mercado, coisa que ela estava conseguindo com as boas vendas do 206. Não sei qual foi a estratégia dela, mas sei o seguinte: quando fui comprar meu Corsa em 2006, o preço do 206 era praticamente o mesmo, diferença de menos de 1.500 reais. Hoje, o mesmo Corsa zero km custa a mesma coisa, enquanto o 207 está 6 mil reais mais caro. Isso é evidente demais para não perceber.

E não é que ela está com a bola toda mesmo ?

Pois bem, a Fiat REALMENTE está com a bola toda: esta semana, depois de pelo menos dois desmentidos oficiais nos últimos quinze dias, o presidente da Fiat encontrou-se com o Ministro Alemão das Finanças para comunicar, oficialmente, que está sim interessado na compra da Opel, braço europeu da GM.

As conversas avançam sigilosamente, pois para a Alemanha, a Opel é estratégica: emprega milhares de pessoas num país que tem um dos maiores custos trabalhistas do mundo. Ao mesmo tempo, a Opel , empresa centenária, é orgulho nacional no país que adora carros e os fabrica com perfeição psicótica. "Matar" a Opel, vendo-a entrar numa massa falida da GM americana seria algo que iria tocar não apenas nos bolsos dos desempregados e do governo alemão, com o equivalente tombo do PIB que uma empresa dessas quando fecha traz, mas seria igualmente uma punhalada no coração alemão: estamos falando de uma fábrica de carros, não de biscoitos.

Há outra interessada na empresa: a Magna, grupo canadense de autopeças. Nada impede aliás que haja uma aliança entre Fiat e Magna, o que aliás convém ao governo alemão, que quer salvar a empresa sem precisar torrar alguns bilhões de euros com isso.

A Opel é uma empresa competitiva: tem projetos modernos para qualquer mercado do mundo (estranhemente, a GM nunca levou seus carros para os EUA, onde poderiam enfrentar de igual para igual os japoneses em qualidade e design) e está vendendo pouco por questões de mercado em crise, não por questões estruturais como as que afetam a GM americana. Um comprador da Opel levaria junto não só uma marca, como a Fiat fez com a Chrysler, marca amada nos EUA mas com carros medíocres e estruturas produtivas arcaicas, mas um centro de engenharia de altíssimo nível, fábricas ultraprodutivas e projetos updated em qualquer mercado desenvolvido do mundo: basta dar uma checada no site da opel em

http://www.opel.de

o problema da compra da Fiat pela Opel é outro: a marca tem 4 fábricas na Alemanha, uma na Espanha, a maior delas aliás de onde sai o seu produto de maior volume na Europa, o Corsa, e uma na Inglaterra. A Fiat com certeza vai fechar fábricas, já que haverá sobreposição de modelos e excesso de produção. Qual das fábricas vai ser fechada ? Ganha uma viagem à Espanha quem acertar...

O governo espanhol vai chiar, mas não vai levar: a Opel, sendo italiana, voltará a ser alemã, o que nunca deixou de ser, mesmo sendo americana... a Fiat nem pensa em fechar fábricas na Alemanha, afinal o governo alemão poderia, por mero acaso, "melar' o negóicio caso não haja um compromisso formal, e secreto, de mantê-las abertas por lá. Portanto, Inglaterra e Espanha podem perder suas fábricas ou vê-las diminuir de tamanho, mas a aliança Opel-Fiat, se sair de fato, vai tornar o grupo o maior montador de carros da Europa, ultrapassando a VW e o segundo do mundo, encostando na Toyota.

Fica uma última dúvida: e a GM Brasil ? é uma filiar lucrativa, com projetos modernos (para nosso mercado) e boa estrutura produtiva, enxuta e moderna. A GM Brasil usa projetos próprios e projetos da Opel: não seria o próximo passo da Fiat em abocanhar mercados nesta crise?

Pois é: ela está sim com a bola toda mesmo.